quarta-feira, 10 de julho de 2019

Xylose Lysine Deoxycholate Agar



Indicação de uso

O meio Xylose Lysine Deoxycholate Agar, também conhecido como Agar XLD, Ágar de desoxicolato-lisina-xilose ou Ágar Xilose, Lisina, Desoxicolato, é um meio para diferenciação moderadamente seletivo utilizado para o isolamento e diferenciação de elementos patogênicos entéricos gram-negativos (Salmonella e Shigella) provenientes de amostras clínicas. É especialmente adequado para o isolamento de espécies de Shigella. Atende a Farmacopeia Brasileira (FB), Farmacopeia dos Estados Unidos (USP), Farmacopeia Europeia (EP) e Farmacopeia Japonesa (JP) para o ensaio de pesquisa de Salmonella em produtos não estéreis.

O Ágar de XLD foi desenvolvido por W. I. Taylor no sentido de aumentar a eficiência do isolamento e da identificação de elementos patogênicos entéricos, particularmente de Shigella. Os elementos patogênicos diferenciam-se não só dos organismos fermentadores de lactose não patogênicos, mas também de muitos elementos não patogênicos que não fermentam a lactose nem a sacarose. Além disso, o meio foi formulado para melhorar o crescimento de Shigella, que frequentemente, noutras formulações, não se desenvolveu devido à inclusão de inibidores tóxicos. Os resultados obtidos numa série de avaliação clínica corroboraram a reivindicação sobre a eficácia relativamente elevada do Ágar de XLD no isolamento primário de Shigella e Salmonella.

O Ágar XLD é um meio seletivo e diferencial usado para o isolamento e diferenciação de patógenos entéricos. O valor do Agar XLD no laboratório clínico é que o meio é mais favorável a organismos entéricos fastidiosos como o Shigella. O XLD Agar também é recomendado para testes de alimentos, produtos lácteos e água em métodos de teste padrão para várias indústrias. O Capítulo Geral <62> da USP que descreve métodos para pesquisa de patógenos em produtos farmacêuticos não estéreis cita o ágar XLD como meio sólido para isolamento de Salmonella, bem como a Farmacopeia Brasileira em seu capitulo 5.5.3.1 - Ensaios Microbiológicos Para Produtos Não Estéreis.

Formulação e Preparo

Fórmula Aproximada Por Litro
  • Xilose - 3,5 g
  • L-Lisina - 5,0 g
  • Lactose monoidratada - 7,5 g
  • Sacarose - 7,5 g
  • Cloreto de sódio - 5,0 g
  • Extrato de levedura - 3,0 g
  • Vermelho fenol - 80,0 mg
  • Agar - 13,5 g
  • Desoxicolato de sódio - 2,5 g
  • Citrato de amônio férrico - 0,8 g
  • Tiossulfato de sódio - 6,8 g

O pH final é 7.4 ± 0.2

O extrato de levedura age como fonte de nutrientes e vitaminas do complexo B. O desoxicolato de sódio é usado como agente seletivo e, por isso, possui uma ação inibitória em relação aos micro-organismos gram positivos. A xilose é incorporada no meio uma vez que é fermentada por praticamente todos os elementos entéricos, exceto pelas Shigellae, e esta característica permite a diferenciação das espécies de Shigella. A lisina é incluída de modo a permitir que o grupo de Salmonella seja diferenciado dos elementos não patogênicos uma vez que, sem a lisina, as salmonelas rapidamente fermentariam a xilose, tornando-se impossível distingui-las das espécies não patogênicas. Depois das salmonelas terem acabado com a fonte de xilose, a lisina é atacada através da enzima lisina descarboxilase, revertendo a um pH alcalino que imita a reação da Shigella. De modo a evitar que se dê uma inversão deste tipo por coliformes positivos à lisina, adiciona-se lactose e sacarose para produzir ácido em excesso. Para aumentar a capacidade de diferenciação da formulação, inclui-se um sistema de indicador de H2S, composto por tiossulfato de sódio e citrato de amônia férrico, para a visualização do sulfureto de hidrogênio, resultando na formação de colônias com centros pretos. Os produtores de H2S não patogênicos não descarboxilam a lisina; assim, a reação ácida que produzem impede que as colônias se tornem negras, o que acontece apenas com um pH neutro ou alcalino.

Degradação de xilose, lactose e sacarose gera produtos ácidos, causando uma mudança de cor no meio de vermelho para amarelo.

Produção de sulfeto de hidrogênio sob condições alcalinas resultam em colônias com centros negros. Esta reação é inibida pelas condições ácidas que acompanham a fermentação de carboidratos.

Descarboxilação da lisina na ausência de fermentação de lactose e sacarose provoca reversão para uma condição alcalina e a cor do meio muda de volta para vermelho.

O preparo do meio deve seguir as instruções do fabricante. Aquecer até a ebulição. Não esterilizar em autoclave.

Micro-organismos Indicados para o Teste de Grow Promotion

Para verificar a esterilidade dos meios de cultura, colocá-los em incubação por, no mínimo, 72 horas, na temperatura adequada. Não deve haver crescimento microbiano ou alteração de cor.

Os microrganismos citados pela United States Pharmacopeia e Farmacopeia Brasileira para o teste de Grow Promotion em XLD Agar são:

Para promoção de crescimento (verificar a seletividade):
Salmonella enterica ssp sorotipo typhimurium ATCC 14028 ou S. enterica ssp sorotipo abony NBRC 100797, NCTC 6017, ou CIP 80.39
Outros micro-organismos podem ser inoculados, de acordo com a metodologia usada.  

Inocule no meio pequeno número (não mais de 100 UFC) do micro-organismo teste. Incubar na temperatura e tempo especificados no ensaio de pesquisa Salmonella.
Quando há resultado positivo para Salmonella, as colônias crescem vermelho-amareladas com centros pretos.

Fontes:

Difco & BBL Manual - Manual of Microbiological Culture Media – Second Edition
United States Pharmacopeia 40ª ed. 2017
Farmacopeia Brasileia 5ª ed. 2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário