Indicação
de uso
O meio Xylose Lysine
Deoxycholate Agar, também conhecido como Agar XLD, Ágar de desoxicolato-lisina-xilose ou Ágar Xilose, Lisina,
Desoxicolato, é um meio para diferenciação moderadamente seletivo utilizado
para o isolamento e diferenciação de elementos patogênicos entéricos
gram-negativos (Salmonella e Shigella) provenientes de amostras
clínicas. É especialmente adequado para o isolamento de espécies de Shigella. Atende a Farmacopeia
Brasileira (FB), Farmacopeia dos Estados Unidos (USP), Farmacopeia Europeia (EP)
e Farmacopeia Japonesa (JP) para o ensaio de pesquisa de Salmonella em produtos não estéreis.
O
Ágar de XLD foi desenvolvido por W. I. Taylor no sentido de aumentar a
eficiência do isolamento e da identificação de elementos patogênicos entéricos,
particularmente de Shigella. Os elementos
patogênicos diferenciam-se não só dos organismos fermentadores de lactose não patogênicos,
mas também de muitos elementos não patogênicos que não fermentam a lactose nem
a sacarose. Além disso, o meio foi formulado para melhorar o crescimento de Shigella, que frequentemente, noutras
formulações, não se desenvolveu devido à inclusão de inibidores tóxicos. Os
resultados obtidos numa série de avaliação clínica corroboraram a reivindicação
sobre a eficácia relativamente elevada do Ágar de XLD no isolamento primário de
Shigella e Salmonella.
O
Ágar XLD é um meio seletivo e diferencial usado para o isolamento e
diferenciação de patógenos entéricos. O valor do Agar XLD no laboratório
clínico é que o meio é mais favorável a organismos entéricos fastidiosos como o
Shigella. O XLD Agar também é
recomendado para testes de alimentos, produtos lácteos e água em métodos de
teste padrão para várias indústrias. O Capítulo Geral <62> da USP que
descreve métodos para pesquisa de patógenos em produtos farmacêuticos não
estéreis cita o ágar XLD como meio sólido para isolamento de Salmonella, bem como a Farmacopeia
Brasileira em seu capitulo 5.5.3.1 - Ensaios Microbiológicos Para Produtos Não Estéreis.
Formulação
e Preparo
Fórmula
Aproximada Por Litro
- Xilose - 3,5 g
- L-Lisina - 5,0 g
- Lactose monoidratada - 7,5 g
- Sacarose - 7,5 g
- Cloreto de sódio - 5,0 g
- Extrato de levedura - 3,0 g
- Vermelho fenol - 80,0 mg
- Agar - 13,5 g
- Desoxicolato de sódio - 2,5 g
- Citrato de amônio férrico - 0,8 g
- Tiossulfato de sódio - 6,8 g
O pH final é 7.4 ± 0.2
O
extrato de levedura age como fonte de nutrientes e vitaminas do complexo B. O
desoxicolato de sódio é usado como agente seletivo e, por isso, possui uma ação
inibitória em relação aos micro-organismos gram positivos. A xilose é
incorporada no meio uma vez que é fermentada por praticamente todos os
elementos entéricos, exceto pelas Shigellae,
e esta característica permite a diferenciação das espécies de Shigella. A lisina é incluída de modo a
permitir que o grupo de Salmonella seja
diferenciado dos elementos não patogênicos uma vez que, sem a lisina, as
salmonelas rapidamente fermentariam a xilose, tornando-se impossível
distingui-las das espécies não patogênicas. Depois das salmonelas terem acabado
com a fonte de xilose, a lisina é atacada através da enzima lisina descarboxilase,
revertendo a um pH alcalino que imita a reação da Shigella. De modo a evitar que se dê uma inversão deste tipo por
coliformes positivos à lisina, adiciona-se lactose e sacarose para produzir
ácido em excesso. Para aumentar a capacidade de diferenciação da formulação,
inclui-se um sistema de indicador de H2S, composto por tiossulfato
de sódio e citrato de amônia férrico, para a visualização do sulfureto de
hidrogênio, resultando na formação de colônias com centros pretos. Os
produtores de H2S não patogênicos não descarboxilam a lisina; assim,
a reação ácida que produzem impede que as colônias se tornem negras, o que
acontece apenas com um pH neutro ou alcalino.
Degradação
de xilose, lactose e sacarose gera produtos ácidos, causando uma mudança de cor
no meio de vermelho para amarelo.
Produção
de sulfeto de hidrogênio sob condições alcalinas resultam em colônias com
centros negros. Esta reação é inibida pelas condições ácidas que acompanham a
fermentação de carboidratos.
Descarboxilação
da lisina na ausência de fermentação de lactose e sacarose provoca reversão
para uma condição alcalina e a cor do meio muda de volta para vermelho.
O preparo do meio deve seguir
as instruções do fabricante. Aquecer até a ebulição. Não esterilizar em
autoclave.
Micro-organismos
Indicados para o Teste de Grow Promotion
Para verificar a esterilidade
dos meios de cultura, colocá-los em incubação por, no mínimo, 72 horas, na
temperatura adequada. Não deve haver crescimento microbiano ou alteração de cor.
Os microrganismos citados pela
United States Pharmacopeia e Farmacopeia Brasileira para o teste de Grow
Promotion em XLD Agar são:
Para
promoção de crescimento (verificar a seletividade):
Salmonella
enterica ssp
sorotipo typhimurium ATCC 14028 ou S. enterica ssp sorotipo abony NBRC 100797, NCTC 6017, ou CIP 80.39
Outros
micro-organismos podem ser inoculados, de acordo com a metodologia usada.
Inocule
no meio pequeno número (não mais de 100 UFC) do micro-organismo teste. Incubar
na temperatura e tempo especificados no ensaio de pesquisa Salmonella.
Quando há resultado positivo para Salmonella, as colônias crescem vermelho-amareladas
com centros pretos.
Fontes:
Difco
& BBL Manual - Manual of Microbiological Culture Media – Second Edition
United
States Pharmacopeia 40ª ed. 2017
Farmacopeia
Brasileia 5ª ed. 2010
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