segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Meios Cromogênicos para Detecção de Coliformes Totais e Termotolerantes em Água

Indicação de uso

São meios de cultura contendo na sua formulação substratos enzimáticos específicos que possibilitam melhorias significativas na recuperação dos micro-organismos e na identificação dos mesmos, para análise em amostras de água potável, água bruta, água superficial, água subterrânea, água de reuso, água para uso farmacêutico, água purificada em geral, água engarrafada e efluentes, sem necessidade de reagentes adicionais para confirmação. A Farmacopeia Brasileira cita o uso e a Farmacopeia Americana cita como método o Standard Methods For The Examination Of Water And Wastewater, que por sua vez também cita o uso, mais precisamente do Colilert®, em que vou me basear para este artigo. Existem outras marcas, mas aqueles que forem auditados pelo INMETRO, recomenda-se o uso do Colilert®. Este pode ser usado para teste de ausência ou presença ou para teste quantitativo.

Princípio do Método

O teste Colilert® usa a exclusiva Tecnologia do Substrato Definido - Defined Substrate Technology (DST) para detectar simultaneamente coliformes totais e E. coli. Dois indicadores nutrientes, ONPG e MUG, são as principais fontes de carbono no Colilert e podem ser metabolizados pela enzima dos coliformes β-galactosidase, e pela enzima da E. coli β-glucuronidase, respectivamente.

À medida que os coliformes crescem no teste Colilert, eles usam β-galactosidase para metabolizar ONPG e mudam sua cor de incolor para amarelo. 

E. coli usa β-glucuronidase para metabolizar MUG e criar fluorescência. Tendo em conta que a maioria dos não coliformes não tem estas enzimas, eles são incapazes de crescer e interferir. Os poucos não coliformes que têm estas enzimas são seletivamente suprimidos pela matriz especificamente formulada do teste Colilert®. A presença da E. coli pode ser confirmada por fluorescência sob a luz UV, devido sua atuação sobre o substrato MUG.

Esta abordagem é diferente dos meios tradicionais, que proporcionam um ambiente rico em nutrientes que favorecem o crescimento de organismos classificados como alvo e não alvo. Quando os organismos não alvo crescem e imitam os organismos classificados como alvo, ocorrem falso positivos. O crescimento de organismos não alvo também pode suprimir os organismos alvo e originar falso negativos nos meios tradicionais. Para suprimir organismos não alvo, os meios tradicionais incluem frequentemente elevados níveis de sais, detergentes ou outros agentes seletivos que podem inadvertidamente suprimir os organismos alvo e originar falso negativos.

O sistema de reagente foi concebido para suprimir bactérias não coliformes positivas para ONPG ou MUG por pelo menos 28 horas. Se a incubação ultrapassar as 28 horas, é possível que essas bactérias ultrapassem o sistema de supressão do teste Colilert® e reajam com ONPG ou MUG. Quando a incubação excede as 28 horas, apenas são válidos os resultados negativos. Os resultados positivos devem ser confirmados usando métodos tradicionais.

Leitura de Resultados

·         Incolor = negativo

·         Amarelo = coliformes totais

·         Amarelo/fluorescente = E. coli


No link abaixo pode-se acessar um vídeo explicando o uso:

https://www.google.com.br/search?q=Colilert+Manual+pdf&sca_esv=87faeafcc4202842&sxsrf=ADLYWILzgzdotimY5wNQTyrL_Xc4K7e1qA:1723505101697&ei=zZm6ZqCcKq7Y1sQP1ZTlgQE&start=10&sa=N&sstk=AagrsuizwaI2c2mE_nPr3vzHWWvEmoCKfa3M6D12i6EpmPs0bYpirSIICpIanxG5-DCuZvtw0fShWlhXz2vIS5HeVJM8lbPgWM1hkA&ved=2ahUKEwjgtuvqzPCHAxUurJUCHVVKORAQ8tMDegQIPhAE&biw=1360&bih=599&dpr=1#fpstate=ive&vld=cid:2b127b64,vid:Qwf3zf8RPLI,st:0

Fontes:

United States Pharmacopeia 43ª ed. 2020

Farmacopeia Brasileia 6ª ed. 2024

Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 23ª ed.

https://www.idexx.com.br/pt-br/water/water-products-services/colilert/ acessado em 12/08/2024

sábado, 6 de janeiro de 2024

PCA Agar (Plate Count Agar)

 


Indicação de uso 

O Ágar PCA (Plate Count Agar) ou Ágar Contagem de Placas é usado ​​para obter contagens de placas microbianas de leite e produtos lácteos, alimentos, água e outros materiais de importância sanitária. O ágar PCA é recomendado em métodos padrão para contagem pela técnica de pour plate, spread plate e filtração de membrana para contagem de bactérias heterotróficas em placas. É o meio indicado no Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, citado na farmacopeia americana e farmacopeia brasileira como opção de ágar para contagem em água. Ele é recomendado para obter contagens de placas em amostras de leite e outros produtos lácteos e também pode ser usado para determinar a qualidade sanitária de alimentos, água e outros materiais.

 Formulação e Preparo

 Fórmula Aproximada Por Litro

  • Peptona de caseína - 5,0 g
  • Extrato de levedura - 2,5 g
  • Glicose ou dextrose - 1,0 g
  • Ágar - 15,0 g

A peptona de caseína fornece os aminoácidos e outras substâncias nitrogenadas complexas necessárias para sustentar o crescimento de bactérias. O extrato de levedura fornece principalmente vitaminas do complexo B e a glicose ou dextrose é uma fonte de energia. Agar é o agente solidificante.

pH 7,0 ± 0,1. Esterilizar em autoclave usando ciclo validado.

O preparo do meio deve seguir as instruções do fabricante.

O Ágar PCA tem alta concentração de nutrientes, sendo adequados para isolamento geral e enumeração de bactérias heterotróficas ou copiotróficas (bactérias que consomem grande quantidades de carbono). A temperatura e tempo de incubação são aspectos críticos para os testes microbiológicos da água, devido aos tipos de micro-organismos encontrados nos sistemas de água. Incubações a baixas temperaturas (por exemplo, de 20 °C a 25 °C ou de 25 °C a 30 °C) por períodos mais longos, por pelo menos quatro dias, podem levar a recuperações mais altas de micro-organismos, do que as temperaturas clássicas. Os meios com baixa quantidade de nutrientes requerem períodos de incubação mais longos (pelo menos cinco dias), pois esses meios promovem crescimento mais lento. Mesmo aqueles com alta concentração de nutrientes podem algumas vezes resultar em alta recuperação microbiana por longos períodos de incubação e temperaturas mais baixas. A decisão sobre o tipo de meio de cultura e a temperatura de incubação para se testar um sistema de purificação de água deve ser baseada em estudos comparativos de cultivo usando um microbioma nativo dos sistemas de purificação da água em análise.

Micro-organismos Indicados para o Teste de Grow Promotion

Para verificar a esterilidade dos meios de cultura, colocá-los em incubação por, no mínimo, 72 horas, na temperatura adequada. Não deve haver crescimento microbiano ou alteração de cor.

As farmacopeias não apresentam as cepas para Grow Promotion, nesse caso pode-se utilizar os micro-organismos indicados no certificado do fabricante:

Para promoção de crescimento

Staphylococcus aureus ATCC 25923                

Bacillus subtilis ATCC 6633                

Escherichia coli ATCC 25922

Outros micro-organismos podem ser inoculados, de acordo com a metodologia usada.  

Inocule no meio pequeno número (não mais de 100 UFC) do micro-organismo teste. Incubar na temperatura e tempo especificados no ensaio de pesquisa do micro-organismo de interesse.

Realizar GP em cada novo lote de meio de cultura adquirido pronto para uso ou preparado no laboratório, em paralelo com um meio de cultura previamente aprovado.

Os micro-organismos devem ser rastreáveis de uma Cultura de Coleção de Referência e devem estar em não mais do que 5 passagens da Cultura de Referência. Compare o crescimento no novo meio de cultura com o crescimento no meio previamente aprovado. O crescimento deve ser “comparável”. Não existe na USP a definição de quantidade do que é “comparável” Em paralelo realizar o controle do inóculo em ágar não seletivo: deve haver ≤ 100 UFC. E se não houver lote previamente aprovado? Considere adicionar outros Analistas do Laboratório. Use um número significativo de replicatas. A média das médias pode ser considerada como ponto de referência. Essas recomendações servem para a promoção de crescimento de qualquer meio.

Fontes:

United States Pharmacopeia 43ª ed. 2020

Difco & BBL Manual - Manual of Microbiological Culture Media – Second Edition

Farmacopeia Brasileia 6ª ed. 2024

Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 23ª ed.

quinta-feira, 7 de setembro de 2023

R2A ágar

 


Indicação de uso

O Ágar R2A foi desenvolvido por Reasoner e Geldreich para contagens bacteriológicas em placas de água potável tratada. Um meio com composição de baixo nutrientes, como R2A Agar, em combinação com uma menor temperatura e maior tempo de incubação estimulam o crescimento de bactérias estressadas e tolerantes ao cloro. Meios nutricionalmente ricos, como Plate Count Agar (PCA), apoiam o crescimento de bactérias de crescimento rápido, mas podem suprimir bactérias de crescimento lento ou estressadas encontradas em água. Quando o R2A é comparado com meios nutricionalmente ricos, foi relatado que este meio melhora a recuperação de bactérias estressadas e bactérias tolerantes ao cloro de sistemas de água potável. O ágar R2A é recomendado em métodos padrão para contagem pela técnica de pour plate, spread plate e filtração de membrana para contagem de bactérias heterotróficas em placas. É o meio indicado no Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, citado na farmacopeia americana e farmacopeia brasileira como opção de ágar para contagem em água.

Formulação e Preparo

Fórmula Aproximada Por Litro

  • Peptona (caseína ou tecido animal) - 0,5 g
  • Ácido Casamino - 0,5g
  • Extrato de Levedura - 0,5g
  • Piruvato de Sódio - 0,3g
  • Glicose (dextrose) - 0,5 g
  • Sulfato de Magnésio heptahidratado - 0,05 g
  • Amido solúvel - 0,5g
  • Fosfato de Hidrogênio Dipotássico - 0,3 g
  • Ágar - 15,0 g

O extrato de levedura fornece uma fonte de oligoelementos e vitaminas.

Peptona e o ácido casamino fornecem nitrogênio, vitaminas, aminoácidos ácidos, carbono e minerais. A glicose ou dextrose serve como fonte de carbono.

O amido solúvel auxilia na recuperação de organismos injuriados, absorvendo subprodutos metabólicos tóxicos. Piruvato de sódio aumenta a recuperação de células estressadas. O fosfato de potássio é usado para equilibrar o pH e fornecer fosfato. O sulfato de magnésio é uma fonte de cátions divalentes e sulfato. Agar é o agente solidificante

pH 7,2 ± 0,1. Esterilizar em autoclave usando ciclo validado.

O preparo do meio deve seguir as instruções do fabricante.

Limitações do Procedimento

O Ágar R2A destina-se a ser utilizado apenas com água potável tratada uma vez que é recomendado para bactérias comprometidas.

O uso do método de pour plate é desencorajado porque recuperação de bactérias estressadas pode ser comprometida pelo choque térmico (44-46°C) e baixa tensão de oxigênio que fazem parte do procedimento.

Pode ser necessário um tempo de incubação superior ao indicado para recuperar bactérias adicionais de crescimento lento.

O Ágar R2A tem melhor desempenho com a técnica de espalhamento em placa; no entanto, esse procedimento é limitado a um pequeno volume de amostra.

Bactérias de crescimento rápido podem produzir colônias menores no R2A Agar do que em meios nutricionalmente ricos.

O Ágar R2A é um meio com baixo teor de nutrientes destinado ao cultivo micro-organismos comprometidos. Bom crescimento do padrão, organismos de controle saudáveis ​​não reflete necessariamente a capacidade do meio de recuperar organismos estressados. Cada novo lote de meio deve ser testado em termos de desempenho contra um lote anterior de ágar R2A usando água potável.

Micro-organismos Indicados para o Teste de Grow Promotion

Para verificar a esterilidade dos meios de cultura, colocá-los em incubação por, no mínimo, 72 horas, na temperatura adequada. Não deve haver crescimento microbiano ou alteração de cor.

As farmacopeias não apresentam as cepas para Grow Promotion, nesse caso pode-se utilizar os micro-organismos indicados no certificado do fabricante:

Para promoção de crescimento

Enterococcus faecalis ATCC 29212

Escherichia coli ATCC 25922

Pseudomonas aerginosa ATCC 27853

Staphylococcus aureus ATCC 25923

Outros micro-organismos podem ser inoculados, de acordo com a metodologia usada.  

Inocule no meio pequeno número (não mais de 100 UFC) do micro-organismo teste. Incubar na temperatura e tempo especificados no ensaio de pesquisa do micro-organismo de interesse.

Realizar GP em cada novo lote de meio de cultura adquirido pronto para uso ou preparado no laboratório, em paralelo com um meio de cultura previamente aprovado.

Os micro-organismos devem ser rastreáveis de uma Cultura de Coleção de Referência e devem estar em não mais do que 5 passagens da Cultura de Referência. Compare o crescimento no novo meio de cultura com o crescimento no meio previamente aprovado. O crescimento deve ser "comparável“. Não existe na USP a definição de quantidade do que é “comparável” Em paralelo realizar o controle do inóculo em ágar não seletivo: deve haver ≤ 100 UFC. E se não houver lote previamente aprovado? Considere adicionar outros Analistas do Laboratório. Use um número significativo de replicatas. A média das médias pode ser considerada como ponto de referência. Essas recomendações servem para a promoção de crescimento de qualquer meio.

Fontes:

United States Pharmacopeia 43ª ed. 2020

Difco & BBL Manual - Manual of Microbiological Culture Media – Second Edition

Farmacopeia Brasileia 6ª ed. 2019

Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 23ª ed.

sábado, 17 de setembro de 2022

Qual a importância de Controle de Qualidade?


Recentemente vimos caso de petiscos contaminados com uma substância que levou à óbito alguns animais e deixou vários doentes. Para mim houve claramente uma falha no controle de qualidade. Na investigação, viu-se que a contaminação veio de uma matéria prima. Obviamente não houve um controle.

Isso me fez lembrar o caso do laboratório Enila, que fabricava um contrate usado em ressonância magnética.

Em 2003, o Enila fez experiências químicas para transformar carbonato de bário em sulfato de bário - princípio ativo do Celobar, importado da Alemanha -, sem ter o registro necessário da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O carbonato de bário é usado como veneno de rato e impróprio para uso humano.

Em maio, o setor de farmácia do Enila encontrou colônias de bactéria próximo ao limite recomendado no lote nº 3040068 e determinou que os 4.500 frascos não fossem comercializados até novo teste. Quando o exame conclusivo apontou para contaminação, os medicamentos já haviam sido distribuídos para todo o País. De acordo com a ação, o químico autorizou a venda do medicamento.

Durante as inspeções no laboratório, a vigilância verificou que o Enila estocou indevidamente grande quantidade de carbonato de bário, além de estar realizando experiências na tentativa de transformá-lo em sulfato de bário, o que pode ter provocado a contaminação. O sulfato, ao ser ingerido, é totalmente eliminado pelo organismo humano, enquanto o carbonato é absorvido e provoca intoxicação.

Pessoas vieram à óbito após usar o contraste. Outra clara negligência do controle de qualidade.

O caso das “pílulas de farinha” aconteceu em 1998 e foi resultado da fabricação do anticoncepcional Microvlar como teste em uma máquina embaladora do laboratório – 600 mil comprimidos chegaram indevidamente ao mercado. Dezenas de mulheres engravidaram indesejadamente. Várias falhas ocorreram na cadeia de controle.

Esses três casos ilustram a importância do nosso trabalho. Temos que ter a consciência de que da nossa atividade, tanto em testes laboratoriais, quanto operacional e documental, depende a saúde e a vida de pessoas e animais. Nossa responsabilidade é colossal. Então é obrigação nossa cumprir as tarefas com esmero e acompanharmos a evolução da nossa área, sempre nos mantermos atualizados, nunca acomodados. E cabe as empresas contratarem profissionais suficientes, equipar laboratórios devidamente, investir em cursos de atualização. Acho até um acinte querer economizar nessa área. Isso pode custar a reputação da empresa. Eu mesma já presenciei situações que considero inaceitável e em conversas com colegas vejo que muito se peca em nome de resultados com baixos custos.

Escrevo esse texto convidando os colegas a uma reflexão: a imensa responsabilidade e importância do nosso trabalho. Façam o seu melhor, defendam seu conhecimento, pois no frigir dos ovos, a culpa de erros como citei caem sobre nossos ombros.

Fonte:

https://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL978213-5598,00-PRESIDENTE+DE+LABORATORIO+PEGA+ANOS+NO+CASO+CELOBAR.html acessado em 11/09/22

https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2003-07-11/anvisa-cassa-licenca-e-registros-do-laboratorio-enila acessado em 11/09/22

https://www.conjur.com.br/2008-dez-16/schering_indenizar_vender_pilula_farinha acessado em 11/09/22


sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Vamos falar sobre Farmacopeia?


 Hoje resolvi falar um pouco sobre Farmacopeia

Participo de vários grupos no Whatsapp sobre Microbiologia e Controle de qualidade. E tenho percebido uma certa dificuldade e até uma certa comodidade principalmente de analistas em inicio de carreira em encontrar algumas informações. Vira e mexe eu cito algum capitulo da farmacopeia. De forma a instigar a pessoa a ler.

Entendam esse texto como uma crítica construtiva. Quando eu atuava, não existia essa facilidade em trocar mensagens (nem existia Whatsapp) e era difícil achar informações em buscadores, Eu aprendi a usar farmacopeia com a Britânica, na mesa do meu diretor na época. Um cliente queria saber parâmetros e meu diretor disse: procura aí e gaste o tempo que for preciso. Era a primeira vez que eu manuseava uma farmacopeia. Desde então virou minha “Bíblia”. E eu tinha acesso à Farmacopeia Britânica, Europeia, Brasileira, Portuguesa e a Americana (USP). Como eu prestava serviços, padronizávamos os métodos segundo a USP. Não só para produtos farmacêuticos, mas também para cosméticos, descartáveis, veterinários, água etc.

A Farmacopeia não precisa ficar restrita à área farmacêutica, pode ser usada em outras áreas também, como indústria cosmética, descartáveis, veterinária etc. Você tem duvida sobre, monitoramento, validação, ensaios, sanitização, processos? Pois a farmacopeia tem algo a lhe dizer. Não tem acesso à farmacopeia americana? A Brasileira está disponível gratuitamente no site da Anvisa pelo link https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/farmacopeia/farmacopeia-brasileira.

Basicamente as farmacopeias dividem-se em monografias, que traz todas as informações importantes sobre os insumos e os capítulos gerais que descrevem os métodos e dão informações gerais como processos.

A Farmacopeia Americana não tem mais versão física. A Brasileira está em pdf.

Vamos á alguns conceitos:

1. O que é a Farmacopeia Brasileira?

A Farmacopeia Brasileira é o Código Oficial Farmacêutico do País, onde se estabelecem, dentre outras coisas, os requisitos mínimos de qualidade para fármacos, insumos, drogas vegetais, medicamentos e produtos para a saúde. Tem por finalidade promover a saúde da população, estabelecendo requisitos de qualidade e segurança dos insumos para a saúde, especialmente dos medicamentos, apoiando as ações de regulação sanitária e induzindo ao desenvolvimento científico e tecnológico nacional.

2. Como é elaborada a Farmacopeia Brasileira?

A Farmacopeia Brasileira é uma entidade particular?

Qual a relação entre a Farmacopeia Brasileira e a Anvisa?

É elaborada por meio de projetos de pesquisa, em parceria com universidades credenciadas. Posteriormente, a Comissão da Farmacopeia Brasileira (CFB), nomeada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), homologa os trabalhos desenvolvidos. A publicação se dá por meio de RDC, que oficializa a Farmacopeia para uso no território brasileiro. A publicação, a revisão e a atualização são, por força de obrigações regimentais, função da Anvisa.

3. Qual a finalidade da Farmacopeia?

Promover a saúde da população, por meio do estabelecimento de requisitos de qualidade e segurança para fármacos, drogas vegetais, insumos, medicamentos e produtos para saúde, e assim apoiar as ações de vigilância sanitária e induzir o desenvolvimento científico e tecnológico nacional.

4. Quais são as atividades da Farmacopeia Brasileira?

Além da elaboração e atualização de métodos e monografias do compêndio oficial, a farmacopeia se dedica também à produção e certificação de substâncias químicas de referência (SQR) e padrões, elaboração de formulários nacionais, apoio e incentivo à formação e aperfeiçoamento de recursos humanos na área de controle de qualidade, apoio à pesquisa científica e tecnológica, aprovação e publicação das Denominações Comuns Brasileiras (DCB), dentre outras.

5. O que são os Comitês Técnicos Temáticos (CTT)?

São grupos de profissionais renomados e com experiência em áreas específicas do conhecimento, que desenvolvem trabalhos de interesse sanitário para serem incluídos na Farmacopeia Brasileira e para apoiar as ações sanitárias da Anvisa. Conheça os Comitês Técnicos Temáticos das Farmacopeia Brasileira:

CTT de Apoio à Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos - APP

CTT de Produtos Biológicos - BIO

CTT Correlatos de Medicamentos - COR

CTT Denominações Comuns Brasileiras - DCB

CTT de Equivalência Farmacêutica e Bioequivalência de Medicamentos - EQB

CTT de Especialidades Farmacêuticas - ESP

CTT de Excipientes e Adjuvantes - EXA

CTT Farmacognosia - FCG

CTT de Gases Medicinais - GAS

CTT de Produtos Hemoderivados - HEM

CTT de Homeopatia - HOM

CTT de Ingredientes Farmacêuticos Ativos - IFA

CTT de Medicamentos Magistrais e Oficinais - MAG

CTT de Microbiologia - MCB

CTT de Radiofármacos - RAD

CTT de Substâncias Químicas de Referência - SQR

6. Desde quando o Brasil possui uma Farmacopeia? (Histórico)

O primeiro código do Brasil colônia foi a Farmacopeia Geral para o Reino e os Domínios de Portugal, sancionada em 1794 e obrigatória em nosso país a partir de 1809. Após a independência foram utilizados, além desta, o Codex Medicamentarius Gallicus francês e o Código Farmacêutico Lusitano, hoje considerado como a 2ª edição da Farmacopeia Portuguesa.

Mais tarde, o Decreto n° 8.387 de 19/01/1882 estabeleceu que “para o preparo dos medicamentos oficiais seguir-se-á a Farmacopeia Francesa, até que seja composta uma farmacopeia brasileira.....”

Em 1926, as autoridades sanitárias do País aprovaram a proposta de um Código Farmacêutico Brasileiro, apresentada pelo Farmacêutico e Professor de Farmácia Rodolpho Albino Dias da Silva. Aprovado pelas autoridades sanitárias da época, esse Código foi oficializado em 1929 e tornou-se a primeira edição da Farmacopeia Brasileira. Obra de um único autor, a primeira edição da Farmacopeia Brasileira equiparava-se às Farmacopeias dos países tecnologicamente desenvolvidos, porém diferenciava-se das demais por conter descrições de mais de 200 plantas medicinais, a maioria delas de origem brasileira.

A segunda edição da Farmacopeia Brasileira foi publicada em 1959 (Decreto Federal nº 45.502 de 27/02/1959) e a terceira edição saiu em 1976 (Decreto nº 78840 de 25/06/1976). Publicada em 1988 (Decreto 96.607 de 30/08/1988), a quarta edição foi atualizada por vários fascículos até 2005.

Até 2010 as quatro edições da Farmacopeia Brasileira continuavam em vigor. A Quinta Edição, lançada em dezembro de 2010, revogou todas as edições anteriores e busca fazer a atualização e revisão de todos os métodos e monografias publicados até então.

7. Onde se localiza a sede administrativa da Farmacopeia Brasileira?

A Coordenação da Farmacopeia Brasileira – COFAR está localizada na Anvisa, em Brasília. O endereço para contato é: SIA Trecho 5, Área Especial 57, Bloco E, 1º andar, sala 4 – CEP: 71205-050 – Brasília – DF. O contato pode também ser feito por e-mail: farmacopeia@anvisa.gov.br.

8. A Farmacopeia Brasileira possui laboratório próprio?

A Farmacopeia Brasileira, até o momento, não possui laboratório próprio. Seus trabalhos de pesquisa, elaboração de monografias, ensaios laboratoriais, validação e certificação de produtos são realizados por universidades credenciadas e por órgãos oficiais de controle de qualidade de medicamentos.

9. Todo o país é obrigado a ter a sua própria farmacopeia ou pode adotar a farmacopeia de outro país?

Não há obrigatoriedade de possuir uma Farmacopeia, Qualquer país pode elaborar sua própria farmacopeia ou adotar a de outros países como oficial. Entretanto, como a Farmacopeia reflete o avanço da ciência e da tecnologia de um país, a existência de uma farmacopeia nacional pode ser considerada como um assunto de segurança nacional, por assegurar a qualidade de insumos para fins farmacêuticos importados ou medicamentos em uso no país.

Na ausência de monografia oficial de matéria-prima, formas farmacêuticas, correlatos e métodos gerais inscritos na Farmacopeia Brasileira, poderá ser adotada monografia oficial, última edição, de um dos seguintes compêndios internacionais:

Farmacopeia Alemã

Farmacopeia Americana

Farmacopeia Argentina

Farmacopeia Britânica

Farmacopeia Europeia

Farmacopeia Francesa

Farmacopeia Internacional (OMS)

Farmacopeia Japonesa

Farmacopeia Mexicana

Farmacopeia Portuguesa

Veja, na íntegra, a Resolução (RDC 37/2009) que dispõe sobre as Farmacopeias reconhecidas pela Anvisa.

10. A Farmacopeia Brasileira segue os padrões das farmacopeias internacionais ou tem normativa própria?

A Farmacopeia se insere, rigidamente, nos padrões internacionais, porém, procura soluções coerentes com o desenvolvimento tecnológico de nosso país, como, por exemplo, o estabelecimento de métodos alternativos de análises.

11. As farmácias são obrigadas a ter a Farmacopeia Brasileira? Por quê?

O Decreto nº 96.607, de 30 de agosto de 1988, determina que as drogarias e farmácias são obrigadas a manter exemplar atualizado da Farmacopeia Brasileira. Há diversas razões para isso, mas o principal é a segurança do consumidor, nos casos em que se necessite de informações quanto à identificação e característica de um medicamento.

Conforme o artigo 4º do mesmo Decreto, além das drogarias e farmácias são obrigados a manter exemplar atualizado da Farmacopeia Brasileira, os estabelecimentos de ensino de Medicina, Farmácia, Odontologia e Veterinária, os órgãos de fiscalização e controle de qualidade de medicamentos, os laboratórios industriais e os estabelecimentos congêneres.

Os estabelecimentos farmacêuticos, médicos, de odontologia e veterinários, incluindo o setor de ensino, devem dispor de exemplares para consulta, sem obrigatoriedade.

Entretanto, com o lançamento virtual da FB5, as informações poderão ser acessadas a todo o momento, desde que tenha internet.

12. Como faço para obter a quinta edição da Farmacopeia Brasileira?

A quinta edição está disponível na página da Anvisa, com acesso gratuito. A obra impressa será comercializada pela Editora da Fiocruz.

13. Utilizo monografia constante em edição anterior da Farmacopeia Brasileira, mas que não foi publicada na FB 5. Posso continuar utilizando as edições anteriores?

As edições anteriores da FB foram revogadas pela RDC 49/2010. Caso não encontre uma determinada monografia específica na FB 5, utilizar os outros compêndios reconhecidos pela Anvisa, relacionados na RDC 37/2009.

Não tenha medo de consultar uma Farmacopeia. Crie o hábito de ler. Um bizu: se você tiver uma farmacopeia em pdf pressione ctrl f e digite um termo que esteja relacionado ao assunto que você procura; fica bem mais fácil de encontrar.

É claro que as farmacopeias não contemplam todas as áreas. Mas a Anvisa possui uma área chamada de Bibliotecas temáticas: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/regulamentacao/legislacao/bibliotecas-tematicas, que contem uma compilação das legislações de várias áreas. Você não precisa entender de tudo, mas conhecer sua área de atuação é importante.

Boa leitura!

Bibliografia:

https://www.gov.br/anvisa/pt-br/acessoainformacao/perguntasfrequentes/farmacopeia/farmacopeia-1 consultado em 09/12/2020

 

 

terça-feira, 27 de outubro de 2020

m Endo Agar LES

Indicação de uso

O m Endo Agar Les, também conhecido como Endo ágar, Endo ágar LES (Lawrence Experimental Station formulation) é um meio seletivo utilizado para pesquisa de coliformes na água por filtração em membrana, citado na USP no capitulo 1231 WATER FOR PHARMACEUTICAL PURPOSES que por sua vez sugere o Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater como métodos microbiológicos de análise em água e também citado como opção de meio em pesquisa de coliformes em água na Farmacopeia Brasileira.

McCarthy, Delaney e Grasso formularam Endo Agar LES (Estação Experimental de Lawrence) para teste de coliformes em água bactérias por um procedimento de filtração em membrana de duas etapas usando Lauryl Tryptose Broth como enriquecimento preliminar. Ele recuperou um maior número de coliformes por este método em comparação com a técnica de uma etapa usando m Endo Broth. A American Public Health Association especifica o uso de m Endo Agar LES na filtração por membrana de coliformes totais como padrão procedimento para testar água potável e água engarrafada. É também especificado para uso na fase concluída da norma técnica de fermentação total de coliformes

Logo após a publicação de Holt-Harris e Teague em um artigo que descreve um novo meio de cultura para a diferenciação de micro-organismos entéricos através do uso de eosina e corantes de azul de metileno, Levine descreveu uma modificação de sua formulação, que ele afirma ter dado melhor diferenciação entre o que agora é conhecido como Escherichia e Enterobacter espécie. As duas formulações diferem em que Levine EMB Agar não contém sacarose. Ambas as formulações foram desenvolvidas para melhorar as propriedades diferenciadoras de Endo Agar, que foi desenvolvido anteriormente.

Formulação e Preparo

  • Extrato de levedura - 1,2 g
  • Casitone - 3,7 g
  • Tiopeptona - 3,7 g
  • Tryptose - 7,5 g
  • Lactose - 9,4 g
  • Fosfato dipotássico - 3,3 g
  • Fosfato Monopotássico - 1,0 g
  • Cloreto de Sódio - 3,7 g
  • Desoxicolato de sódio - 0,1 g
  • Lauril Sulfato de Sódio - 0,05 g
  • Sulfito de sódio - 1,6 g
  • Fucsina básica - 0,8 g
  • Agar - 15,0 g

Reidrate o produto em 1 L de água contendo 20 mL de etanol a 95%. Aquecer com agitação frequente e ferver durante 1 minuto para dissolver completamente o pó. NÃO AUTOCLAVE

O pH 7,2 ± 0,2

CUIDADO: A fucsina básica é considerada cancerígena e mutagênica. Evite o contato com a pele, ingestão ou exposição a mucosas e membranas. Siga as instruções do fabricante e da SDS.

m Endo Agar LES contém peptonas como fontes de carbono, nitrogênio, vitaminas e minerais. O extrato de levedura fornece vitaminas do complexo B, que estimulam o crescimento bacteriano. A lactose é o carboidrato. Os fosfatos são agentes tampão. O cloreto de sódio mantém o equilíbrio osmótico do meio. Desoxicolato de sódio e lauril sulfato de sódio são adicionados como inibidores.

A fucsina básica é um indicador de pH. O sulfito de sódio é adicionado para descolorir a solução básica de fucsina. O ágar é o agente de solidificação.

Bactérias fermentadoras de lactose produzem acetaldeído que reage com o sulfito de sódio e fucsina para formar colônias vermelhas. O desenvolvimento de um brilho metálico ocorre quando o organismo produz aldeídos com a rápida fermentação da lactose. Se o inóculo for muito pesado, o brilho será suprimido. As bactérias não fermentadoras de lactose formam colônias claras e incolores.

Micro-organismos Indicados para o Teste de Grow Promotion

Para verificar a esterilidade dos meios de cultura, colocá-los em incubação por, no mínimo, 72 horas, na temperatura adequada. Não deve haver crescimento microbiano ou alteração de cor.

As farmacopeias não apresentam as cepas para Grow Promotion, nesse caso pode-se utilizar os micro-organismos indicados no certificado do fabricante:

Para promoção de crescimento (verificar a seletividade):

Escherichia coli ATCC 25922

Salmonella enterica subsp. Enterica sorotipo Typhimurium ATCC 14028

Verificar a inibição

Staphylococcus aureus ATCC 25923

Resultados esperados

Todas as colônias que são vermelhas e têm o brilho metálico característico são consideradas coliformes. O brilho pode cobrir toda a colônia, pode estar apenas no centro ou pode aparecer apenas nas bordas.

Outros micro-organismos podem ser inoculados, de acordo com a metodologia usada. Nem todos os listados acima precisam ser usados. Isso vai depender do método.

Inocule no meio pequeno número (não mais de 100 UFC) do micro-organismo teste. Incubar na temperatura e tempo especificados no ensaio de pesquisa do micro-organismo de interesse. No caso do S. aureus, conforme recomendação do fabricante, inocular 103.

Realizar GP em cada novo lote de meio de cultura adquirido pronto para uso ou preparado no laboratório, em paralelo com um meio de cultura previamente aprovado.

Os micro-organismos devem ser rastreáveis de uma Cultura de Coleção de Referência e devem estar em não mais do que 5 passagens da Cultura de Referência. Compare o crescimento no novo meio de cultura com o crescimento no meio previamente aprovado. O crescimento deve ser "comparável“. Não existe na USP a definição de quantidade do que é “comparável” Em paralelo realizar o controle do inóculo em ágar não seletivo: deve haver ≤ 100 UFC. E se não houver lote previamente aprovado? Considere adicionar outros Analistas do Laboratório. Use um número significativo de replicatas. A média das médias pode ser considerada como ponto de referência. Essas recomendações servem para a promoção de crescimento de qualquer meio.

Limitações do procedimento

Ocasionalmente, organismos não coliformes podem produzir colônias brilhantes típicas. Organismos coliformes também podem ocasionalmente produzir colônias atípicas (colônias vermelhas escuras ou nucleadas sem brilho). É aconselhável verificar os dois tipos de colônia

Fontes:

United States Pharmacopeia 43ª ed. 2020

Difco & BBL Manual - Manual of Microbiological Culture Media – Second Edition

Farmacopeia Brasileia 6ª ed. 2019

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

EMB Agar

 


Indicação de uso

O EMB Agar, também conhecido como Eosina Azul de Metileno, Eosin Methylene Blue Agar, Levine EMB Agar ou Levine Eosin–Methylene Blue–Agar Medium (LEMB-Agar) é um meio seletivo utilizado para pesquisa de E. coli em amostras de Suplementos Nutricionais E Dietéticos descrito no capitulo 2022 MICROBIOLOGICAL PROCEDURES FOR ABSENCE OF SPECIFIED MICROORGANISMSNUTRITIONAL AND DIETARY SUPPLEMENTS, USP e também citado como opção de meio em pesquisa de coliformes fecais em água na Farmacopeia Brasileira e no Standard Methods for Examination of Water & Wastewater. O EMB é um meio para diferenciação ligeiramente seletivo também utilizado para o isolamento e diferenciação de bacilos entéricos gram-negativos (enterobactérias e outros bastonetes gram-negativos) provenientes de amostras clínicas. É recomendado pelo APHA para análise de alimentos e lácteos. O EMB ágar (com ou sem sacarose) é incluído no conjunto de meios de isolamento de seletividade reduzida para a Salmonella de amostras fecais e de outro tipo. As bactérias gram-positivas como, por exemplo, estafilococos, leveduras e estreptococos fecais, poderão desenvolver-se neste meio e formar colônias punctiformes ou poderão ficar inibidas.

Logo após a publicação de Holt-Harris e Teague de um artigo que descreve um novo meio de cultura para a diferenciação de micro-organismos entéricos através do uso de eosina e corantes de azul de metileno, Levine descreveu uma modificação de sua formulação, que ele afirma ter dado melhor diferenciação entre o que agora é conhecido como Escherichia e Enterobacter espécie. As duas formulações diferem em que Levine EMB Agar não contém sacarose. Ambas as formulações foram desenvolvidas para melhorar as propriedades diferenciadoras de Endo Agar, que foi desenvolvido anteriormente.

Formulação e Preparo

Fórmula Aproximada Por Litro (Ajustada e/ou suplementada conforme necessário para cumprir os critérios do desempenho)

  • Hidrolisado pancreático de gelatina - 10,0 g
  • Lactose - 10 g
  • Fosfato dipotássio - 2,0 g
  • Agar- 15 g
  • Eosina Y - 400 mg
  • Azul-de-metileno - 65 mg

O pH 7,1 ± 0,2

O hidrolisado e a lactose servem como fonte de energia. Fosfato dipotássio é um agente tamponante. Agar é um agente solidificante.  Os corantes de eosina Y e azul de metileno em Levine EMB Agar tornam o meio ligeiramente seletivo na medida em que inibem gram- bactérias positivas em um grau limitado. Essas tinturas também desempenham um papel na diferenciação entre fermentadores de lactose e lactose não fermentadores devido à presença ou ausência de absorção de corante em as colônias bacterianas. Coliformes, como organismos fermentadores de lactose, são visualizados como colônias preto-azuladas, enquanto as colônias de Salmonella e Shigella, como não fermentadores de lactose, aparecem incolor, transparente ou âmbar. E. coli apresenta um brilho metálico esverdeado na luz refletida, preto azulado centro na luz transmitida.

Algumas bactérias gram-positivas, como estreptococos fecais, estafilococos e leveduras, irão crescer neste meio e geralmente formam colônias pontuais. Uma série de micro-organismos não patogênicos, bactérias gram-negativas não fermentadoras de lactose crescerão neste meio e deve ser distinguida das cepas patogênicas por meio de testes bioquímicos adicionais.

O preparo do meio deve seguir as instruções do fabricante. Esterilizar em autoclave usando um ciclo validado.

Micro-organismos Indicados para o Teste de Grow Promotion

Para verificar a esterilidade dos meios de cultura, colocá-los em incubação por, no mínimo, 72 horas, na temperatura adequada. Não deve haver crescimento microbiano ou alteração de cor.

As farmacopeias não apresentam as cepas para Grow Promotion, nesse caso pode-se utilizar os micro-organismos indicados no certificado do fabricante:

Para promoção de crescimento (verificar a seletividade):

Enterococcus faecalis ATCC 29212

Escherichia coli ATCC 25922

Klebsiella pneumoniae ATCC 33495

Salmonella enterica subsp. enterica serotype Typhi ATCC 19430

Salmonella enterica subsp. enterica serotype Typhimurium ATCC 14028

Shigella dysenteriae ATCC 9361

Shigella flexneri ATCC 12022

Resultados esperados

Escherichia coli - Grande, preto-azulado, brilho verde metálico

Enterobacter / Klebsiella - Grande, mucóide, preto-azulado

Proteus - Grande, incolor

Salmonela - Grande, incolor

Shigella - Grande, incolor

Bactéria Gram-positiva - Sem crescimento, para crescimento leve

Outros micro-organismos podem ser inoculados, de acordo com a metodologia usada. Nem todos os listados acima precisam ser usados. Isso vai depender do método.

Inocule no meio pequeno número (não mais de 100 UFC) do micro-organismo teste. Incubar na temperatura e tempo especificados no ensaio de pesquisa do micro-organismo de interesse.

Realizar GP em cada novo lote de meio de cultura adquirido pronto para uso ou preparado no laboratório, em paralelo com um meio de cultura previamente aprovado.

Os micro-organismos devem ser rastreáveis de uma Cultura de Coleção de Referência e devem estar em não mais do que 5 passagens da Cultura de Referência. Compare o crescimento no novo meio de cultura com o crescimento no meio previamente aprovado. O crescimento deve ser "comparável“. Não existe na USP a definição de quantidade do que é “comparável” Em paralelo realizar o controle do inóculo em ágar não seletivo: deve haver ≤ 100 UFC. E se não houver lote previamente aprovado? Considere adicionar outros Analistas do Laboratório. Use um número significativo de replicatas. A média das médias pode ser considerada como ponto de referência. Essas recomendações servem para a promoção de crescimento de qualquer meio.

Fontes:

United States Pharmacopeia 43ª ed. 2020

Difco & BBL Manual - Manual of Microbiological Culture Media – Second Edition

Farmacopeia Brasileia 6ª ed. 2019